Sua versão mais autêntica vai ser odiada

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É interessante: quando estamos nessa jornada de cura, de ser uma pessoa melhor, existe a expectativa de que isso significa paz, amor, positividade e vários arco-íris. Mas não é bem assim.

Imagine que você passou a vida inteira sendo uma versão não autêntica de si mesma(o), se sacrificando e se desdobrando em mil para agradar a todos e encontrar conexão e amor das pessoas à sua volta.

Aí, um belo dia, você começa sua jornada de cura para ser sua versão mais autêntica. Começa a acolher suas sombras, tudo aquilo que estava reprimido e inconsciente, tudo que estava sendo vivido em vidas duplas, triplas, de forma escondida, longe da visão julgadora daquelas pessoas para quem você passou a vida toda tentando performar, agradar e ser amada(o).

Você realmente acha que essas mesmas pessoas que estavam acostumadas com essa versão inautêntica sua, que adoravam a ausência de limites que você tinha para que pudessem sugar toda a sua energia para seus interesses próprios, que, por mais bem-intencionadas que fossem, te amavam condicionalmente, o que significa que só te amavam enquanto você dizia “sim” para elas… Você REALMENTE acha que elas vão aceitar essa mudança numa boa?

É claro que não.

Quando a gente passa a vida inteira performando o papel de boazinha ou do cara legal para ser amado e se conectar com as pessoas, quando chega a hora de se curar, de ser mais autêntico, a gente se transforma no vilão da história de muita gente. E talvez essa seja uma das partes mais difíceis, porque o ser humano anseia por conexão, por amor, por relacionamentos.

Desde o começo, vivemos em comunidade. A ideia de ficar sozinha(o) é aterrorizante para a maioria das pessoas, porque por muito tempo viver em comunidade significava sobrevivência.

A solidão, ou solitude, era sinônimo de vulnerabilidade, de ser uma presa fácil para predadores. Por isso é tão difícil.

Mas eu não trago apenas notícias ruins. O lado bom de tudo isso é que, quando você tem coragem para ser você mesma(o) e consegue passar por essa transição, que muitas vezes parece mais uma guerra, e lidar com o fato de que sim, você vai ser a(o) vilã(o) para muita gente…

Então, você abraça seu novo papel e faz jus a ele. Logo depois da guerra, do outro lado, você encontra uma comunidade inteira de pessoas que estavam só esperando você tomar seu poder de volta para te amar incondicionalmente.

Força! Porque toda coragem é recompensada, e, no final, quem importa é quem fica. Você não está sozinha(o).